sábado, 31 de outubro de 2015

Visão cristã da sexualidade humana (Artigo de Urbano Zilles)

Título: Visão cristã da sexualidade humana

Periódico: Teocomunicação, v. 39, n. 3 (PUC-RS)

Ano: 2009

Autor: Urbano Zilles

Resumo e palavras chave: não constam na publicação

Comentário pessoal: O artigo é bem escrito e serve muito bem para uma aproximação inicial ao tema da sexualidade na tradição cristã. Obviamente, o objetivo não é esmiuçar detalhes do pensamento de cada autor (antigo e moderno) evocado. Ainda assim, a leitura é proveitosa inclusive para quem se interessa pelo tema da sexualidade nos primeiros períodos da Era Cristã, e planeja estudos mais aprofundados para logo.

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domingo, 4 de outubro de 2015

Uma Torah anti-hedonista em Fílon de Alexandria (artigo)

Título: Uma Torah anti-hedonista em Fílon de Alexandria

Resumo: A Bíblia hebraica não apresenta o prazer como problema. Não obstante, o envolvimento com a tradição filosófica grega trouxe a intérpretes judeus a possibilidade (quiçá a necessidade) de relacionar seu próprio Livro Sagrado com a questão do prazer. Em Fílon de Alexandria, a Torah se envolve de modo direto em uma oposição ao hedonismo. Neste artigo, observo a forma como essa oposição se realiza no texto de Fílon, e sugiro que se trata de uma oposição de discursos motivada não simplesmente pela resistência ao prazer ou por engajamento no contexto filosófico, mas também pela necessidade de preservação da pertinência do próprio Livro. Antes de abordar a obra do exegeta alexandrino, refiro-me brevemente ao que temos a respeito do prazer na Bíblia hebraica/grega, na Carta de Aristeas e em 4 Macabeus. Esse percurso deverá proporcionar o acompanhamento de um processo de mudança na relação entre os escritores judeus e o tema do prazer. Além disso, evidenciará a especificidade e a sofisticação que se encontra em Fílon.

Autor: Cesar Motta Rios

Periódico: Horizonte: Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião (v. 13, n. 39).

Ano: 2015

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sábado, 3 de outubro de 2015

Perguntaram-me por que não pronuncio o nome de Deus?


Por Cesar Rios

Um dia desses, eu comentava que prefiro não pronunciar o nome de Deus. Mateus Dolny perguntou rápido: "Mas por quê?". Obviamente, não falávamos do termo "Deus", que não é o nome de Deus, mas um substantivo comum. O que estava em discussão era a pronúncia ou não do tetragrama, conjunto de quatro letras hebraicas que representam o nome próprio de Deus: יהוה.

Bom, não é por superstição. Não é, também, por acreditar que seja proibido. Nem a Torah, nem os Profetas, nem Jesus ou os apóstolos indicaram que fosse proibido dizer o Nome. Eu não o pronuncio por duas razões básicas:

1) Não sei ao certo como pronunciar. Ninguém sabe. Estou certo de que o começo seria pronunciado Ya, mas, daí pra frente, as hipóteses não são tão conclusivas. Então, por que tentar? Na impossibilidade da certeza, prefiro não me arriscar.

2) Ainda que a impossibilidade da pronúncia não seja algo intrínseco ao Nome, mas fato historicamente causado por uma compreensão muito particular (e extrema) do mandamento divino (que manda não pronunciar o Nome em vão), esse caso linguístico peculiar é carregado de um significado que me agrada. Ao não pronunciar o Nome, lembro que não domino Deus, que não o compreendo inteiramente, que ele está além deste mundo, completamente diferente da criação. O Ser especialíssimo merece um nome tão especial ao ponto de não ser dito!

Mas como cultuar um Deus tão distante cujo nome nem sei pronunciar? Ele proveu o meio ao se fazer presente, reconhecível no Messias, que disse: "Quem me vê vê o Pai". O Significado maior de todas as coisas não cabe num mero significante, mas se mostra o suficiente em Jesus de Nazaré. Um dia, haverá compreensão maior. Por agora, vendo por um espelho embaçado, prefiro não pronunciar seu Nome para me lembrar de que só vejo por um espelho embaçado. Isso, por si só, já me parece um ingrediente indispensável para qualquer que se aproxima de algo chamado teologia. Saber que Ele não é objeto jamais, mas sempre sujeito (chamá-lo de objeto, segundo alguns, é possível, mas com uma série de ressalvas). Ele nunca será dissecado pela razão do teólogo. Nunca. Quem pensa que o pode entender completamente está mais desentendido que todos os outros.

É bom dizer que respeito quem pronuncia o Nome de uma forma ou de outra. Só prefiro não mudar meu costume que, além de me deixar tranquilo com as duas razões acima expostas, ainda tem a vantagem de não incomodar a sensibilidade de meus amigos judeus. Aliás, e antes de terminar, é interessante notar que os apóstolos (que eram judeus!) também preferem não usar o Nome, mas substituí-lo pelo termo grego correspondente a Senhor (Κύριος). Paulo podia usar o Nome (sua sonoridade) usando o alfabeto grego, mas não o faz.

Se algum leitor pronuncia ou não o Nome por motivos diferentes, gostaria de saber. Comente. Posso até mudar de opinião.